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Por décadas, a indústria fashion tentou (uma parte significativa ainda tenta) nos excluir. A partir do fomento de crenças de que gorda "não pode usar", falta de tendências e numerações maiores (e tantas outras questões) era cultivada a mensagem: a moda não é para pessoas gordas.
Hoje, essa indústria depara-se com nossa luta, representatividade, empoderamento e estilo. Através da nossa atuação a moda não separa, mas é construída para ser para todos os corpos. Estamos presentes em diferentes âmbitos do sistema da moda, da produção, informação ao consumo. Pensando nisso, eu destaco alguns lugares que você ocupa ou pode ocupar na moda:
Faça parte da produção de moda plus!
É fácil ler sobre as últimas tendências de moda, mas qual mulher gorda não teve dificuldade de encontrar essas peças em tamanhos maiores? Parte significativa da indústria da moda ainda é excludente mesmo que o setor chamado plus size tenha grande demanda, seja rentável e esteja em crescimento.
Profissionais conscientes das barreiras e das lacunas existentes no segmento despontam atendendo as necessidades do público gordo. Elas atuam em diferentes áreas, seja na criação, produção ou na venda de produtos voltados as/aos consumidoras/res gordas/os de vários tamanhos.
Além disso, o empreendedorismo está associado ao empoderamento. Como já apontou a Kalli Fonseca, no Beleza Sem Tamanho: "Quando você melhora a autoestima de alguém, a confiança, essa pessoa se torna um líder e um empreendedor. Há uma íntima relação entre o aprender, o empreendedorismo e o empoderamento".
Percebo que as mulheres gordas são protagonistas nesse sistema. Elas trazem experiências pessoais e profissionais para criar produtos que suprir a demanda do segmento a partir de diferentes nichos. Entre eles estão linha praia, moda íntima, roupas para prática de exercícios físicos e pijamas, por exemplo. Empreendedoras/res de moda plus se reúnem para formar o Pop Plus, destaque no segmento. A primeira edição do evento foi em dezembro de 2012 e hoje é reconhecido como a maior feira de moda e cultura plus size da América Latina.
Incentive o empreendedorismo fashion plus size
Existem vários benefícios ao adquirir moda produzida e/ou comercializada por empreendedoras gordas ou por negócios voltados ao público plus. Entre eles está a possibilidade de encontrar roupas que atendam demandas específicas como de numeração, conforto ou tendência. Outra é o incentivo e fortalecimento ao segmento, que está em crescimento dentro da indústria da moda.
Inspire-se e seja referência!
Siga nas redes sociais, acompanhe e apoie pessoas gordas que atuam na indústria da moda. Elas estão em diferentes áreas e ensinam e inspirar através de seus exemplos e looks.
Entre elas está a influenciadora Ju Romano. A jornalista foi uma das primeiras blogueiras de moda plus size do país, onde se destacou ao romper e questionar premissas de moda que limitavam os corpos e os estilos. Atualmente ela tem mais de 440 mil seguidores no Instagram e é referência no segmento devido ao conteúdo produzido.
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Ju Romano (Reprodução/Instagram)
Lembre-se ainda que você não precisa ser uma influencer para fazer a diferença na vida de mulheres gordas ao seu redor. A sua história e a forma como se veste, age e pensa sobre o seu corpo pode inspirar outras mulheres quando o assunto é moda e beleza... E nem é preciso estar no ambiente virtual.
Fortaleça estilo e identidade!
A moda não se restringe ao vestuário. Ela é uma forma de manifestar e fortalecer nossas identidades. O ato de se vestir envolve autoestima e empoderamento, por isso aproprie-se da moda... Sem receio. (Re) Descubra estilos, preferências e manifeste sua personalidade através das produções. Estilo não é definido pelo seu tamanho.
Exija representatividade!
Das imagens divulgadas nos meios de comunicação até nas vitrines e araras das lojas, exija representatividade. Busque pela democratização da moda, afinal o mundo fashion deve ser para todes.
Já apontei na minha coluna, em 2019, que a dificuldade de membros da indústria em contemplar os tamanhos maiores representa uma sociedade que não aprendeu a compreender o corpo, principalmente o gordo.
Então, pergunte, explique e conscientize sobre a necessidade de comercializar roupas para todos os tipos de corpos. Também questione se o "tamanho plus size" divulgado pelas lojas contempla realmente numerações grandes (lembrando que o setor não se limita aos tamanhos 50 ou 52).
Na moda, lugar de mulher gorda é desfilando e proporcionando autoestima e estilo. Lugar de gorda é dentro do sistema colaborando na construção de uma moda que não seja restrita, mas inclusiva.